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domingo, 16 de setembro de 2018

POEMAS DO MEU OLHAR.


O velho da tarrafa
Uma fiada de corda entre os dedos;
Uma agulha de madeira e uma bitola,
Dando voltas, traça-se uma malha e outra e mais, mais, mais...
Gastou-se tempo em um ofício, mas não foi reconhecido pelos homens.
Só Deus reconheceu o tempo que levou cada rede,
Dos peixes que alimentaram muitos,
Dos camarões que saciaram a fome do pobre,
O mundo está repleto de pessoas como o velho da tarrafa,
Que tecem a sua sobrevivência,
Nas pequenas coisas que desaparecem no tempo,
Sem ficarem na história,
Como grandes contribuintes a nação,
Mas as teias de fios que fez, levou tempo,
 Envelheceram sua pele, enrugando o seu rosto.
A teia da vida, não se importou em levar seu tempo e romper em canseiras seu corpo,
A cada malha tecida, cada célula se dividia e se multiplicava e o seu corpo envelhecia.
Até que a visão se foi, mesmo assim o velho continuou seu ofício, mecanicamente.
Um dia, como acontece com todos. A luz se apagou e sua obra cessou.
R.S.Amorim.








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